segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

DIÓGENES NA DANÇA DOS FESCENINOS...



Gravura/Web

PROVOCAÇÃO

Diógenes da Cunha Lima, escritor, poeta, Presidente da Academia de Letras, meu ex-colega do velho Atheneu Norte-rio-grandense, sob o apelido de "Dida Cornetão", "entrou na dança" dos fesceninos, cutucando com vara curta:

Vem louvar meu instrumento
E vivas dês a meu pau!


Laélio, teu verso isento
De malícias só irmana,
Mas deixa de ser sacana,
Vem louvar meu instrumento,
Que me deixa mui contento
E derretido, um mingau.
Sêjas um bom (homem mau!)
Pois honras Otoniel,
Um mestre de Antoniel.
E viva dês a meu pau!

Dida Cornetão

Mereceu, de pronto, resposta:

Vem louvar meu instrumento
E vivas dê ao meu pau!


“Seu” Dida, eu sou um jumento
Daqueles da Andaluzia...
Mas, se quer – tem primazia! –
Vem louvar meu instrumento !
Encare, enfrente o portento,
Deixando a “fera” no grau...
Depois, com cara-de-pau,
Com o cu pleno de escara,
Faça queixa a Ojuara
E vivas dêS ao meu pau !

Seu Doutor da Cunha Lima
De pau eu só louvo o meu


- Vossa Mercê não esgrima:
vai perder prá minha espada !
É durindana afamada,
Seu Doutor da Cunha Lima !
- Da viola tanjo a prima,
Eu sou o cão – Asmodeu !
Desde os tempos do Atheneu
Endoideci por boceta
- Nessa história de caceta,
De pau eu só louvo o meu !




Poeta se mal pergunto:
Quem é “Dida Cornetão” ?


Ferve-me, cá, o bestunto,
Me corrói a suspicácia,
Arrasa-me a perspicácia
- Poeta, se mal pergunto:
Quem é o seu adjunto
- esse aí, do jamegão ?
É do agreste, é do sertão,
Da matinha do Marista ?
Mande o nome do artista
- Quem é Dida Cornetão ?


Laélio/out/2006


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