quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

"CIDADE DE BOSTA"


CU-DE-BOI NO PAÍS DE MOSSORÓ
(Carta de MARCOS FERREIRA, poeta mossoroense laureado em vários certames de poesia - e recentemente demitido de modesto cargo na Biblioteca Municipal do "Colosso do Norte")
O bom José Nicodemos (cronista formidável) acerta em cheio, diz com muita propriedade e eficiência a injustiça por que passa Jaime Hipólito Dantas por estes lados da cloaca intelectual do RN. Só peca, e feio, ao afirmar que se trata do maior nome das letras de Mossoró, esquecendo-se aí que Jaime não nasceu nesta nossa capital brasileira da mediocridade.
Claro que entendo que Nicodemos diz Jaime mossoroense pela vivência e atividade literária que este desempenhou por aqui, mas também não podemos deixar de levar em conta esse detalhe da origem de nascimento do escritor de "História Gerais". Logo, portanto, não sendo Jaime de fato mossoroense, ficamos de imediato sem aquele que seria o maior escritor mossoroense, conforme defende Nicodemos em sua crônica de hoje no Jornal de Fato.
Em suma, continuamos uma lástima em se tratando de representatividade literária. Outros menos interessados nessas minúcias podem exclamar o nome de alguns luminares intelectuais que por aqui viveram ou vivem, homens de letras, como, talvez, o "retirante" Raimundo Nonato da Silva, a quem tanto esta cidade de bosta deve homenagens.
Depois, poderiam citar, ainda, um Raimundo Soares de Brito, o próprio José Nicodemos, etc., todos estes que vieram de recantos diversos do Estado para minimizar a nossa insignificância, o nosso vexame no plano literário. Assim como faz Natal com o nome da poeta (paraibana) Zila Mamede e com o poeta (carioca) Luís Carlos Guimarães, ambos de saudosa memória e que a medíocre intelectualidade potiguar desonesta contumazmente alardeia como se fossem nascido neste Elefante sem brilho e sem glórias.
Quero dizer com isto, e a história tem provado a minha suspeita, que não vale a pena elevar ou levar o nome desta cidade de bosta chamada Mossoró a parte alguma. Taí o Jaime Hipótito Dantas no mais vergonhoso esquecimento. Sequer lhe botaram o respeitável nome num beco sem saída desta cidade-pântano, neste meretrício social, moral, intelectual, político e religioso.
Sem mais,Marcos Ferreira."

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