sábado, 9 de dezembro de 2006

CAPUT MORTUUM (Soneto)


C A P U T M O R T U U M (*)

Para Ruy Pires Bezerra



Quem és, quem és, tão fedorento esguicho,
de amaro medo à amarelada cara ?
- Capado verme, fétido capricho
da natureza, gangrenosa apara !

Quem és, quem, vil e putrefato bicho
de goro bafo e de ruindade rara ?
- De toda a Safadeza és o nicho,
de mais de mil mazelas tens a tara...!

Parvos judas, presbíteros sadistas,
torpes fariseus, pulhas, “comunistas”
foram bons mestres do teu pergaminho...

Jumentos, moscas, urubus, fantasmas
zurram, pululam, voam nos miasmas
da borra podre desse teu focinho !


Natal/julho/1976
Laélio Ferreira de Melo




(*) termo usado em química, herdado da alquimia, para denominar os resíduos de uma experiência química finalizada, resto, borra.

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